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BIOMASSA ENERGÉTICA DE ORIGEM FLORESTAL. A biomassa energética florestal é definida como produtos e subprodutos dos recursos florestais que incluem basicamente biomassa lenhosa, produzida de forma sustentável a partir de florestas cultivadas ou de florestas nativas, obtida por desflorestamento de floresta nativa para abertura de áreas para agropecuária, ou ainda originada em atividades que processam ou utilizam a madeira para fins não energéticos, destacando-se a indústria de papel e celulose, indústria moveleira, serrarias etc.


A celulose é considerada a fonte biológica natural renovável mais abundante do planeta, por isto, a produção de materiais e bioenergia baseada na matriz lignocelulósica, é importante para o desenvolvimento sustentável do ser humano. A celulose encontra-se nas florestas plantadas, principalmente eucaliptos, na agricultura e nos resíduos agroflorestais. O conteúdo energético desta classe de biomassa está associado à celulose e lignina contidas na matéria e ao baixo teor de umidade. Seu aproveitamento no uso final energético se realiza, principalmente, através das rotas tecnológicas de transformação termoquímica mais simples, como combustão direta e carbonização, mas rotas mais complexas também são empregadas para a produção de combustíveis líquidos e gasosos, como metanol, etanol, gases de síntese, licor negro (um subproduto da indústria de celulose), entre outros.


A combustão de material lignocelulósico, a gaseificação, a pirólise e a digestão anaeróbica podem ser direcionadas para diversas aplicações, tais como: a geração de eletricidade, de calor e para o setor de transporte na substituição dos derivados do petróleo.


A partir da biomassa florestal (madeira), por conversão biológica, pode ser produzido etanol, que é uma das tantas possibilidades para a produção de combustíveis líquidos. Existem outras opções para a transformação da biomassa florestal em energia: como lenha e chips, carvão vegetal, pellets e briquetes, biometanol, metiléster e dimetiléster, aceites pirolenhosos e biogás. A biomassa florestal ou combustível lenhoso pode ser dividido nos seguintes grupos:


• Combustíveis lenhosos sólidos: lenha (madeira em bruto, chips, serragem, pellets e briquetes) e carvão vegetal;
• Combustíveis lenhosos líquidos: licor negro (um subproduto da industria do pulpagem) e etanol, metanol e aceite pirolítico (provenientes da decomposição termoquímica o bioquímica da madeira);
• Combustíveis lenhosos gasosos: gás pirolítico (produzido pela gasificação dos combustíveis lenhosos sólidos e líquidos).

 

A utilização comum da madeira para energia encontra-se vinculada à sua combustão direta, na forma sólida, destinada a geração de calor para diversos fins. Esta combustão se realiza desde tradicionais fogões a lenha até modernas caldeiras geradoras de vapor, que operam a combustão em leito fluidizado.
 

DIRETRIZES GERAIS DO SETOR FLORESTAL. Os Segundo a FAO (2010) a superfície dos plantios florestais no mundo (com espécies introduzidas, principalmente) chega a 264 milhões de hectares, correspondendo a 7% da área total de florestas. Deste total de florestas plantadas, 78% correspondem a plantios florestais com fins produtivos de madeira e fibra e o restante, 22%, a florestas plantadas com fins de proteção e conservação do solo e água.  As florestas plantadas em geral, estabelecidas mediante o florestamento e o reflorestamento, podem suprir a demanda por produtos derivados da madeira, bem como fonte de energia, favorecendo assim a pressão sobre as florestas nativas.


O Brasil é um dos maiores produtores mundiais de produtos de origem florestal. Setores estratégicos da economia brasileira, como a siderurgia, a indústria de papéis e embalagens e a construção civil, são altamente dependentes do setor florestal. Em relação ao futuro das florestas plantadas no Brasil, a Associação Mineira de Silvicultura (AMS), elaborou um estudo intitulado “Perspectivas e Tendências do Abastecimento de Madeiras para a Indústria de Base Florestal no Brasil: Uma contribuição à construção e acompanhamento dos Cenários Futuros”, que visa discutir a redução da escassez de madeira no país até o ano de 2020. Este estudo utilizou a técnica de construção de cenários futuros. Para tanto, foram construídos dois cenários alternativos, frutos da interpretação e composição de parâmetros, os quais são chamados de Tendencial e Normativo. Este cenário mostra perspectivas de redução da oferta de matéria-prima (madeira) oriunda, principalmente, das plantações florestais e das florestas nativas, aliada ao forte aumento de preços, imposição de normas ambientais e a falta de áreas de exploração, que se demonstra como a principal limitação do atendimento dos mercados interno e externo.


Como resultado deste cenário, os plantios de florestas de eucalipto serão de 470,6 mil hectares/ano. Assim, no ano de 2020, a superfície total plantada com esta espécie será de 8,4 milhões de hectares e, dado o menor volume de plantio, a exploração de matas nativas e outras representarão 25% da área explorada no Brasil. Os resultados destas premissas deram a necessidade de plantios florestais de 810,5 mil hectares/ano. A proporção de utilização de vegetações nativas e outras fontes, como o aproveitamento de madeira de lavouras permanentes, se reduziria dos atuais 26,8% para aproximadamente 10% da área total explorada.
 

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