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FLORESTA ENERGÉTICA. As florestas com fins energéticos ou florestas energéticas são florestas plantadas que tem como objetivo aumentar a viabilidade da utilização de alternativas energéticas renováveis. O uso da madeira proveniente dessas florestas pode ser tanto para a produção de carvão vegetal quanto para a queima direta da lenha, o que contribui para o aumento de alternativas renováveis mais sustentáveis na matriz energética brasileira. O termo “florestas energéticas” é comumente usado, tanto para plantações silviculturais com espécies exóticas (eucalipto, por exemplo), como também para o manejo de florestas nativas. As plantações representam uma área na qual o Brasil tornou-se um dos principais atores globais, o que difere do caso de manejo de florestas nativas na Amazônia.


Por outro lado, plantar florestas com a finalidade exclusiva de produção de biomassa destinada à energia, como geração de eletricidade, cria uma perspectiva ambiental mais sustentável, se comparadas com outros tipos de exploração de biomassa energética, uma vez que o sistema de produção contempla o aproveitamento da madeira e, conseqüentemente, o retorno dos resíduos culturais (galhos, folhas e ponteiros) para o solo.


Portanto, as florestas energéticas podem ser definidas como plantações arbóreas de curta duração como opção potencial de fonte energética. Estas florestas têm um regime de manejo de acordo com o conceito de cultivo de gramíneas, em talhões adensados, colhidos em intervalos de 3 a 4 anos, com condução de rebrota por mais cinco rotações.


A expansão de plantios florestais com fins energéticos no Brasil está acontecendo, principalmente, na região centro-oeste e sudeste do país, onde novos empreendimentos siderúrgicos estão sendo desenvolvidos. A área plantada pelo setor siderúrgico é da ordem de 1,2 milhões de hectares. Nos últimos anos, o setor vê reduzida significativamente a sua área plantada, gerando preocupações quanto ao futuro abastecimento das unidades industriais. Somente, em Minas Gerais, a área anual de plantio atinge 30 mil hectares, quando deveria atingir 150 mil hectares de plantios com finalidade de produção energética (carvão vegetal).


A floresta plantada constitui-se numa sucessão secundária racional.  Quando o seu objetivo primordial é o aumento na produtividade, a primeira medida que se toma é a regularização do espaço entre as árvores, fazendo caber dentro da área estabelecida o número mais conveniente de mudas, dentro de um plano de manejo previamente determinado. O desenvolvimento uniforme de espécies de rápido crescimento durante um período de 3 a 4 anos possibilita a obtenção da mesma área basal observada na floresta natural tropical clímax. Essa elevada produtividade pode ser obtida, basicamente, por meio da seleção de árvores apropriadas para o reflorestamento (seleção genética), espaçamento adequado das arvores para evitar ou retardar a competição das copas e dos sistemas radiculares e a aplicação de outros tratamentos silviculturais.


No Brasil, através de programas de melhoramento florestal, tem se logrado aumentar consideravelmente a produtividade dos plantios, principalmente com o aspecto relativo às características genéticas das espécies/clones. O setor de florestas plantadas brasileiro vem se beneficiando deste tipo de pesquisa por anos, que envolve o desenvolvimento do material genético, espaçamento entre árvores, fertilização, técnicas de plantio, controle de pragas e doenças, manejo florestal entre outros. A produtividade média dos plantios de Eucalipto passou de 14 m³/ha/ano nos anos 70 para 38 m³/ha/ano até meados dos 90. Na atualidade, a produtividade média dos plantios comerciais de Eucalipto é de 40 m³/ha/ano. Dados do IPEA-Instituto de Economia Agrícola de São Paulo- revelaram que a produtividade média estadual do eucalipto é de 39 m³/ha/ano. os plantios de eucalipto poderão chegar numa produtividade média anual de 55 m³ per hectare a partir de 2010 em algumas regiões do país.


Os ganhos em quantidade e qualidade do produto final dos plantios comerciais trazem resultados econômicos significativos, compensando o custo envolvido com pesquisa e tecnologias aplicadas. Estes ganhos podem ser o aumento da densidade da madeira e seu poder calorífico, a presença de tiloses, o teor de cinzas, o teor de extrativos, entre outras. A importância de pesquisas tecnológicas e programas de melhoramento genético visam também diminuir o ciclo da colheita e melhorar os resultados.


Outra forma de medição de produtividade para plantios energéticos é através de unidades de energia/unidade de superfície. O poder calorífico por hectare plantado pode ser obtido em função da quantidade de biomassa seca nos tratamentos de diferentes densidades de árvores por superfície. Observou-se um aumento da quantidade de energia por hectare com o aumento da densidade do plantio. Para plantios de Eucaliptus sp com uma alta densidade (6.660 árvores por hectare) se registrou em média um poder calorífico superior de 189x106 Kcal/hectare em contraste aos 93x106 Kcal/hectare de plantios com 1.111 árvores por hectare.


Em relação à geração de energia elétrica, as florestas de Eucaliptos podem abastecer plantas com diferentes capacidades instaladas; para plantas de 10MW são necessárias entre 570 e 1.150 hectares de floresta (dependendo da densidade do plantio), entregando em média um total de 24.300 toneladas de lenha. Para plantas de 1MW a superfície necessária para abastecimento de lenha varia entre 57 e 114 hectares.
 

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